Isabel Carneiro

Isabel Carneiro é artista visual e professora adjunta do Instituto de Artes da UERJ no Departamento de Ensino da Arte e Cultura Popular. Doutora em Artes Visuais pelo Programa de Pós-graduação em Artes Visuais da UFRJ (PPGAV-EBA) na linha de pesquisa em Linguagens Visuais. Mestre pelo Programa de Pós-graduação em Artes da UERJ, bolsista da FAPERJ com o projeto intitulado A colagem como forma na música e na pintura, teve sua dissertação defendida em março de 2010 com o trabalho das Notas sobre a forma-colagem, em que produziu objetos teóricos e plásticos sobre o conceito de colagem. Doutora pelo PPGAV/EBA/UFRJ na linha de Linguagens Visuais produziu fragmentos plásticos e sonoros como forma de concretizar ideias sobre a heterogeneidade de meios e as relações abruptas entre temporalidades inconciliáveis. Realizou parte de sua pesquisa de tese na Paris 1-Sorbonne de setembro de 2013 a agosto de 2014 com o auxílio da bolsa sanduíche da CAPES onde expandiu a noção entre visualidades e sonoridades através da forma-partitura. Atual coordenadora do Projeto Prodocência “Abordagens, meios e procedimentos no ensino das artes”. Atuou como professora do ensino público Fundamental e Médio entre 2009 a 2015.

Temporalidades inconciliáveis

O conceito de temporalidades inconciliávéis surge do estratagema da colagem que consiste em retirar os conteúdos de seus locais originais e levá-los a uma outra superfície, outra temporalidade, nunca suprimindo seu local e identidade inicial. A partir do conceito de colagem se produziu fragmentos plásticos e sonoros como forma de concretizar ideias sobre a heterogeneidade de meios e as relações abruptas entre a dimnesão sonora e visual. O conceito de colagem atravessa os campos específicos plásticos, sonoros e semânticos e ganha sentido no próprio transbordamento do que pode ser considerado arte, e como isso se daria na sala de aula. A relação entre banal e ordinário, o tecido do cotidiano produzem práticas diárias rotineiras e obssessivas na elaboração de um sistema de atuação artístico e pedagógico. Nessa concepção ampla de processo artístico, comecei a me interessar pelo caráter performático e pedagógico que está contido em toda obra de arte – seus atravessamentos conceituais no ensino de arte – e a desenvolver metodologias voltadas para esse processo artístico diário em sala de aula que problematizem a difícil relação entre o ver e o ouvir e suas várias maneiras de correspondências, traduções e paralelos.

Jogos de temporalidades inconciliáveis na educação de surdos

Numa concepção ampla de ensino da arte e processo artístico, o projeto jogos de temporalidades inconciliáveis tem por objetivo propor reflexões junto a professores e profissionais na construção de pedagogias artísticas e engajadas, voltadas para a complexidade do tecido social contemporâneo. O projeto busca fortalecer o campo do ensino das artes e culturas visuais, assim como construir metodologias diferenciadas e abertas para outras maneiras de existência. O projeto se torna especialmente sensível à fala das mulheres, suas práticas e saberes específicos, assim como de outros grupos subalternizados, criando um espaço de acolhimento de propostas que possam contribuir para a construção de justiças cognitivas e epistemológicas. Busca-se fabricar metodologias anárquicas para a sala de aula em espaços formais e não formais de ensino, através da hibridação de linguagens artísticas, capazes de colaborar com outras formas de pensar e agir mais transgressoras. Para se pensar o ensino de artes na contemporaneidade, propomos novas (des) metodologias a partir da relação teórico/prática evidenciando a especificidade do campo da educação. Desenvolvimento de projetos individuais dos pós-graduandos na elaboração de cartografias pedagógicas, havendo a compreensão que a prática pedagógica é necessariamente uma prática artística e nela estão imbricadas questões do corpo, da performance, da fala, da escuta, da dimensão do desejo e dos afetos contemplando os aspectos da formação humana dando um amplo espectro de abordagens, meios e procedimentos para a atuação do educador em artes.

PIBID (Subprojeto Artes)

Desde 2017 coordeno o Programa de Bolsa de Iniciação à Docência (PIBID) que tem auxílio da Capes e conta com dezesseis bolsistas e quatro voluntários. O programa atua em escolas parceiras de diferentes segmentos.

Os objetivos principais do PIBID são: a iniciação e intensificação da Formação Docente em Artes Visuais dos licenciandos, conhecimento e interação com os cotidianos escolares, iniciação técnica na elaboração e desenvolvimento de recursos didático pedagógicos, iniciação e experimentação nos processos e rotinas docentes (planejamento de curso, de aula e de atividades afins), formação continuada e atualização docente dos supervisores, desenvolvimento e realização de pesquisas no âmbito específico do subprojeto, realização de grupos de estudo, desenvolvimento acadêmico dos licenciandos envolvidos (formação docente, pesquisa e extensão), investimento nas condições de realização das atividades inerentes ao subprojeto, elaboração de publicação composta pelas atividades realizadas e suas formulações; atualização dos docentes do curso de Licenciatura por meio das experiências oferecidas pelas atividades nas escolas parceiras.

Projeto de Iniciação Científica “A difícil relação entre o ver e o ouvir”

O conceito de temporalidades inconciliáveis (2008) reúne sob um mesmo anteparo dimensões visuais e sonoras e suas múltiplas formas de equivalências, traduções e correspondências.

O projeto de iniciação científica prevê a elaboração de metodologias para o ensino das artes que contemplem relações de correspondências entre o visual e o sonoro.

PAVIS- Grupo de pesquisa em Artes e Visualidades_ UERJ

O Grupo de Pesquisa PAVIS tem como objetivo geral investigar os processos de educação [formal e não formal] em artes [e culturas] de maneira ampla e suas estratégias pedagógicas de [ensino e aprendizagem] aprendizagem no intuito de registrar e analisar como ocorrem essas aprendizagens em suas singularidades no campo das artes e visualidades. Formado por professores do Departamento de Ensino da Arte e alunos da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, além de outras instituições, o PAVIS abriga em sua diversidade uma especificidade que o mantém coeso: são pesquisadoras, pesquisadores e estudantes que atuam tanto na Educação Superior bem como na Educação Básica, em instituições públicas e privadas.