Leila Danziger  

E-mail: leiladanziger@gmail.com

Site: https://www.leiladanziger.net/

http://lattes.cnpq.br/2054847883460812

Artista, professora associada do Departamento de Teoria e História da Arte (DTHA) e do Programa de Pós-graduação em Artes (Ppgartes), pesquisadora e poeta. Graduou-se em Artes pelo Institut d’Arts Visuels, Orléans, França (DNSEP, 1989). Concluiu doutorado em História Social da Cultura pela Puc-Rio (2003), com estágio na Carl von Ossietsky Universität Oldenburg, Alemanha (bolsa Capes, 2000). Realizou pesquisa de pós-doutorado na Bezalel Academy of Arts and Design Jerusalém, Israel (bolsa CNPq, 2011) e na Universidade Rennes 2, França (bolsa Capes, 2015). Desde 2011, é bolsista de Produtividade em Pesquisa do CNPq e do Programa Prociência (Uerj/Faperj). Foi Jovem Cientista do Nosso Estado (FAPERJ, 2011- 2014) e Cientista do Nosso Estado (Faperj, 2017 – 2020). Foi contemplada pelo 1º e pelo 7º. Programa de Bolsas RioArte, da Prefeitura do Rio de Janeiro (1995 e 2001 respectivamente). Foi professora do Departamento de Artes e Design da Universidade Federal de Juiz de Fora (2000 – 2006). 

Entre suas exposições individuais, destacam-se Navio de emigrantes (Caixa Cultural São Paulo, 2019 e Caixa Cultural Brasília, 2018); Ao sul do futuro (Museu Lasar Segall, São Paulo, 2018). Entre as exposições coletivas: Sobre os ombros de gigantes, Galeria Nara Roesler, São Paulo (2021); 47% de mulheres no acervo, MAC-RS, Porto Alegre (2021); Rio dos navegantes, Museu de Arte do Rio (2019), Mulheres na Coleção do MAR (Museu de Arte do Rio (2018); Hiatos, Memorial da Resistência, São Paulo (2017); Livres uniks, Topographie de l’art, Paris (2017). Em poesia, publicou Cinelândia (2021); C’est loin Bagdad fotogramas; Ano novo (2016); e Três ensaios de fala (2012), todos pela editora carioca 7Letras. Publicou também Diários públicos (Rio de Janeiro: Contracapa/ Faperj, 2013) e Todos os nomes da melancolia (Rio de Janeiro: Apicuri, 2012), que reúnem ensaios sobre sua produção artística.

Área de investigação: Artes plásticas, com ênfase nas poéticas da história e do esquecimento, dos arquivos, da transmissão.

Projeto de pesquisa

Título: ARMÁRIOS AZUIS: PRÁTICAS EDITORIAIS E POÉTICAS DA REMEMORAÇÃO

Resumo: Como em projetos anteriores, esta pesquisa continua intensamente focada nas formas de rememoração e nas possíveis aberturas que propiciem o enfrentamento do escuro de nosso tempo. Ao acreditar que o desenvolvimento de processos artísticos é indissociável de um modo singular de reflexividade, o projeto compreende a prática editorial como forma de linguagem artística em si mesma, e desdobra-se em experimentações no campo da literatura e da poesia. O título “Armários azuis” faz referência ao móvel em que a escritora francesa Marguerite Duras diz ter esquecido ao longo de 40 anos o manuscrito de seu livro “A dor” (“La douleur, 1985), narrativa sobre o retorno de seu companheiro, Robert Antelme, do campo de concentração de Dachau. A expressão “armários azuis” é portanto uma metáfora do arquivo, uma figura do repositório de documentos com vestígios de violências diversas, à espera de gestos capazes de lhes restituir ao presente, à vida, à história. Caberá às práticas artísticas desenvolvidas no projeto a tarefa de transformar o documento em objeto artístico, simultaneamente sensível e densamente reflexivo, animado pelo desejo de proporcionar a experiência da rememoração, cuja complexidade é explicitada na pergunta do historiador Yosef Haym Yerushalmi: “será possível que o antônimo de ‘esquecimento’ não seja o ‘o ato de memória’, mas justiça?”